Reportagem de Ana Beatriz Magno Veiculada no Veja.com
Entre as ferramentas para alcançar uma boa nota na redação do Enem, ler as instruções é a mais essencial. Pela primeira vez em dezoito anos de exame, os organizadores da prova de 2016 prepararam uma cartilha de sessenta páginas contendo informações, dicas e orientações práticas. Fazem parte dela reproduções de textos nota 1 000, explicações sobre a composição da nota e o esclarecimento de dúvidas recorrentes.
A exigência do respeito aos direitos humanos é uma delas. Até este ano, sabia-se que seu não cumprimento era uma falta grave, que poderia zerar a redação. “Agora, o Inep traduz isso de maneira concreta”, diz André Valente, professor do Cursinho da Poli, de São Paulo. “Por exemplo, a questão da pena de morte. A maioria dos alunos entrava na prova achando que não podia tocar no assunto. Agora sabemos que não é bem assim. Ela pode ser citada, desde que em um contexto de politica pública, administrada pelo estado”, explica.
Outro aspecto que o documento esclarece é sobre a composição da nota nas cinco competências avaliadas na redação: domínio da língua formal, compreensão do tema proposto, capacidade de selecionar, relacionar e organizar informações, capacidade de argumentação e elaboração de proposta de intervenção para o solucionar o problema abordado. A cartilha do Inep informa que cada competência vale 200 pontos e, por meio de tabelas, mostra como a nota é composta em cada uma delas.
O tópico mais importante está nas últimas páginas da cartilha, no capítulo que reproduz redações que obtiveram nota máxima nos últimos três anos. Todos os textos são comentados por examinadores, o que faz deles uma excelente ferramenta de estudo. “Nesta seção a cartilha demonstra que a redação nota 1 000 não é um feito limitado a gênios. São alunos comuns que capricharam, estudaram e às vezes até erraram uma coisa ou outra na ortografia, mas estruturaram e fundamentaram bem suas narrativas”, analisa o professor Valente.
Veja aqui a cartilha do Inep na íntegra