O sistema comum de ensino trabalha as disciplinas, geralmente, de maneira isolada. Às vezes, elas são relacionadas por pontos em comum, história e geografia ou física e matemática. A partir disso, é natural ver pessoas tirarem conclusões do tipo “sou de exatas” ou “sou de humanas”, dependendo de qual campo elas se dão melhor. Essa dualidade costuma causar certa rixa entre os grupos – ambos querem mostrar de alguma maneira qual área é mais importante e/ou relevante.  No entanto, matérias que parecem distantes podem estar extremamente interligadas. Um projeto da USP (Universidade de São Paulo) junta saberes históricos e filosóficos para melhorar o ensino da matemática, e mostra que ambos são essenciais e precisam caminhar juntos. 

Flávio Ulhoa Coelho, professor do IME (Instituto de Matemática e Estatística), ministra aulas de história da álgebra há anos na universidade. Com essa bagagem, ele realizou a pesquisa “História do Pensamento Algébrico e seus Desdobramentos Didáticos”. O docente afirma que esse campo da matemática é difícil de ensinar, porque precisa de muita abstração. Por isso, sua proposta é mostrar nas aulas como a álgebra se desenvolveu filosoficamente ao longo dos séculos.

O chamado pensamento algébrico oferece um modo próprio de ver as coisas, porque se aproxima da filosofia e possibilita o contato entre Ciências Exatas e Ciências Humanas. Flávio já está desenvolvendo a ideia ao lado da professora Márcia Aguiar da UFABC (Universidade Federal do ABC). Juntos eles vão publicar um artigo que aborda as estratégias a serem usadas para ensinar o tema.

Esse projeto é fruto do Ano Sabático do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. A iniciativa propõe que professores da instituição se dediquem um ano todo à pesquisa e apresentem um artigo original no fim do período.

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