Em radarsantamaria.com.br, 4 de Novembro de 2019

O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 não teve questões que possam ser consideradas “polêmicas”   ou “ideológicas”, mas professores de cursinhos destacaram que as questões de história acabaram sendo mais fáceis que no ano passado. Alguns deles também disseram que temas bastante comuns, como Era Vargas e ditadura militar no Brasil, ficaram de fora do exame.

De acordo com os professores, o nível de facilidade das cerca de 15 questões de história – que representam um terço da prova de ciências humanas – se deve ao alto número de questões consideradas pouco conteudistas, ou seja, que poderiam ser resolvidas apenas com a interpretação dos textos, enunciados e alternativas.

O problema, segundo eles, é que o aumento de questões fáceis também aumenta a pressão para que os candidatos acertem as alternativas delas. Isso porque, pela metodologia do Enem, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) avalia o percurso do estudante em todas as 45 questões da prova, e pode não conceder a pontuação máxima de uma questão difícil certa caso haja erros em      questões mais fáceis.

Leia abaixo os comentários de professores dos seguintes cursinhos: Continua após a Publicidade Anglo Vestibulares: Daniel Perry (diretor)

COC: Marilu Mendes (geografia) e Glauco Pinheiro (história)

Colégio De A a Z: Rodrigo Magalhães (geografia) e David Gonçalves (redação) Curso Maximize: Alexandre Takata (coordenador pedagógico)

Curso e Colégio Objetivo: Vera Lúcia Antunes (coordenadora) e Ricardo Felipe di Carlo (história)

Descomplica: João Daniel (história)

Poliedro: Fernando da Espiritu Santo (gerente de inteligência educacional) ProEnem: Leandro Almeida (geografia) e Leandro Vieira (sociologia e filosofia)

SAS Plataforma de Educação: Ademar Celedônio (diretor de ensino e inovações educacionais) Sistema de Ensino CPV: Alexandre Antonello (coordenador pedagógico)

Prova de ciências humanas menos complexa

Na visão da maior parte dos professores ouvidos a prova de ciências humanas foi menos complexa como um todo.

“A prova de humanas foi um pouco menos complexa”, explicou Alexandre Takata,  coordenador pedagógico do Curso Maximize.   “Não foram apresentadas, por exemplo, questões que demandavam análises conjunturais. Muitas exigiam apenas o conhecimento  de um conteúdo ou processo histórico específico.”

História

Na opinião de Glauco Pinheiro, professor de história do COC, “se o candidato tivesse calma, olhando a questão, a resposta estava   lá. 70% da prova [de história] estava assim. Não precisava de fato ter um conhecido pré-estabelecido para responder a essas questões”.

Giba Alvarez, diretor do  Cursinho  da  Poli , avalia que, “de forma geral, foi uma prova com itens menos complexos em relação a  anos anteriores” e que, “muito provavelmente as maiores dificuldades que os alunos enfrentarão são relacionadas àqueles itens em que algumas palavras não fazem parte do repertório dos estudantes”.

Alexandre Antonello, coordenador pedagógico do Sistema de Ensino CPV, ressaltou que a exigência de relacionar dois textos para achar a resposta correta, que apareceu em boa parte da prova, “deve ter dificultado um pouco a vida dos alunos”.

Um dos motivos da menor complexidade da prova, segundo Rodrigo Magalhães, professor de geografia do Colégio De A a Z, é o   fato de que “os textos não estavam tão longos, o que é uma certa tendência dos últimos anos”. Magalhães diz que todos os enunciados traziam um texto de apoio, mas eles eram muito diretos.

Por outro lado, Ricardo Felipe di Carlo, professor de história do Objetivo, afirmou que as questões da disciplina tinham exemplos  mais fáceis e outros mais difíceis, e considerou a prova “inteligente, com conceitos que premiam o aluno bem preparado”. Ele   explica que as “habilidades tradicionais do Enem” foram exigidas “de maneira analítica” e que as questões abordaram um “conteúdo amplo, e história antiga, medieval, moderna, contemporanea, do Brasil, de maneira ampla também, do Brasil colônia, a independência, a Constituição de 1988”.

Geografia

No caso de geografia, Magalhães, do De A a Z, ressaltou que temas já clássicos do Enem apareceram novamente, como clima, desconcentração industrial, relação sociedade-natureza, a construção de Brasília e a globalização. “o nível da prova eu diria que variou bastante, desde questões bem fáceis até algumas questões difíceis, bem conteudistas”.

Por sua vez, Marilu Mendes, professora de geografia do COC, ressaltou que em anos anteriores a quantidade de questões conteudistas foi maior do que em 2019. “Vocês vão ver que tem pouquíssimas assim de cartografia ou geografia física. Foram questões realmente mais de interpretação e do aluno estar inteirado do que está acontecendo na atualidade”, explicou ela no programa ao vivo.

Ver na Fonte (https://oquartopoder.com/educacao/prova-de-historia-foi-mais-facil-mas-erros-podem-baixar-nota-dizem-professores/)

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