Professor Giba Alvarez comenta sobre o Enem Digital a Folha Online. Confira a matéria completa.
“Se a prova é no mesmo dia, com as mesmas questões, não há nenhuma vantagem ou incentivo ao aluno para testar esse novo modelo. Até porque há um receio do candidato de ter alguma falha com a tecnologia usada”, diz Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.
A aplicação da prova em computador já era estudada por gestões anteriores, ao menos desde o governo Dilma Rousseff (PT), por dar mais segurança ao exame e pela redução de custos ao exigir uma logística menos robusta do que na versão em papel.
Outra vantagem do formato era a possibilidade de realizar o exame mais de uma vez ao longo do ano, diminuindo a pressão sobre os estudantes e descartando a necessidade de mobilizar mais de 5 milhões de candidatos em uma única data.
Sem conseguir ampliar a versão digital, o Inep mantém os altos custos da prova, dificulta a logística por ter de contratar dois tipos de serviços para a aplicação e não garante os potenciais benefícios do exame em computador.
“O Enem pode e deve mudar, a tecnologia traz diversas possibilidades e facilidades. Mas, no formato em que a prova digital está sendo feita, esses benefícios estão sendo perdidos”, diz o professor Francisco Soares, ex-presidente do Inep.