A Medida Provisória que institui a reforma do ensino médio foi anunciada nessa quinta-feira (19/9) e representa a maior mudança na educação nos últimos 20 anos, desde a Lei de Diretrizes e Base da Educação. As modificações, no entanto, chamam a atenção negativamente em alguns pontos, principalmente pela falta de debate democrático e participativo com educadores, pais e estudantes.

Para o professor Gilberto Alvarez, presidente da Fundação PoliSaber, o enunciado do programa está correto, o ensino médio realmente precisa de uma mudança e uma flexibilização de currículo, porém a forma que a proposta foi apresentada não está correta. “Deveria ter tido uma valorização do processo da Base Nacional Comum Curricular, que contou com a contribuição de educadores de todo o país. Além disso, é extremante importante debater o assunto com a comunidade escolar. Qualquer projeto internacional diz que uma criança, com mais de 13 anos, tem capacidade de ser ouvida para opinar sobre as decisões que a escola toma e o aluno quer participar disso. Esse debate aumentaria muito a qualidade do nosso ensino e realmente faríamos uma mudança que atrairia a atenção do jovem, pois ele se sentiria valorizado por ter sido ouvido nesse processo”, afirma.

“É importante lembrar que para chegar à comunidade escolar ainda teria que passar por um longo processo, porém ele já estava em andamento pela Base Nacional e seguindo um bom caminho totalmente democrático, ouvindo quem realmente deve ser ouvido nessa discussão: professores, gestores e alunos”, enfatiza o professor.

Alvarez também pondera a questão do ensino integral. “Esse é um ponto que atinge diretamente os jovens que também trabalham. O ideal para todos os estudantes do ensino médio seria apenas estudar, porém a maioria dos nossos jovens vem de uma classe social que precisa trabalhar para ajudar até mesmo na renda de casa”, avalia.

Segundo o professor, outro ponto preocupante é o que vai acontecer com o Exame Nacional do Ensino Médio. “O texto da MP abre margem para a extinção do Enem, ele que hoje é o segundo maior exame do mundo e tem sido uma grande porta para milhares de estudantes entrarem na universidade. Não podemos fechar os olhos para o que tem sido um avanço para nossa sociedade e contribuído para a democratização do acesso ao Ensino Superior”, ressalta.

O Congresso Nacional tem 120 dias para fazer a análise do texto, propor mudanças e aprová-lo, mas, de acordo com o professor, o cenário ainda é de muita atenção, porque muita informação precisa ser avaliada nesse processo.

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