Na última quinta-feira (11/4), foi divulgado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) o projeto de lei do governo federal para regulamentar a educação domiciliar. A proposta vai garantir que os pais eduquem seus filhos em casa, o que segundo o professor Gilberto Alvarez, especialista em educação e diretor executivo do Cursinho da Poli, privam as crianças do espaço de socialização nas escolas.
Atualmente no Brasil, segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), mais de 7,5 mil famílias já tiraram os filhos da escola para aplicar o ensino em casa. Para Gilberto Alvarez, diretor executivo do Cursinho da Poli, essa medida exclui uma parte importante na formação de uma criança, que é a convivência social. “É no ambiente escolar que ela aprende a conviver, dividir, ser solidária e tolerante. Vivem experiências que trazem um desenvolvimento pessoal, que estará presente na fase a adulta. A escola tem a missão importante de ser um dos primeiros ambientes de convivência de uma pessoa”.
Ele também ressalta que “o ensino em casa valoriza o processo de aquisição de conteúdo, mas os processos de aprendizado e amadurecimento não exigem apenas isso. A escola é importante pelo convívio com professores e outras crianças, pelas atividades lúdicas, coisas que não fazem parte do núcleo familiar”.
Caso o projeto de lei seja aprovado, os pais terão que fazer um cadastro no Ministério da Educação (MEC), apresentar um plano pedagógico individual, fazer registros periódicos das atividades e os estudantes farão provas de avaliação anualmente.
O reflexo deste cenário, com a abstenção do convívio social, pode impactar em fases futuras da vida de uma criança, como pontua o Prof Giba. “Sabendo que os principais vestibulares do país não cobram somente conteúdos, contextualizam suas provas para fazer com que o candidato tenha percepção de mundo. Algumas destas crianças podem enfrentar dificuldades no futuro”, finaliza.