Artigo do professor Francisco Flavio

Todas as configurações para os estados físicos da água receberão novas possibilidades. Esta afirmação pôde ser feita nos últimos dias graças aos avanços nos estudos sobre uma das substâncias mais abundantes no planeta Terra, que poderia pertinentemente ser chamado de planeta Água. As novas condições indicam estados não previstos pelos modelos clássicos, porém, os modelos quânticos explicam satisfatoriamente as novas observações.

Já existe um modelo físico conhecido por tunelamento que responde às questões em nível quântico – o inesperado é que para as dimensões das moléculas de água este comportamento pudesse ocorrer. Basicamente o fenômeno ocorre quando o objeto de estudo está confinado em um espaço de dimensões aproximadamente iguais ao espaço ocupado pelo corpo. Nestas condições reinam os modelos quânticos e a física determinística não impõe sua força, prevalece a física probabilística. Aqui não se definem posição e instante simultaneamente, o que indica que a molécula poderá ser encontrada dentro do obstáculo, fora, ou dentro e fora ao mesmo tempo!

Esta observação foi realizada por um grupo de pesquisadores do laboratório Oak Ridge, em um mineral chamado Berilo (um dos componentes das esmeraldas). Como muitas das descobertas científicas que testemunhamos, não temos uma aplicação direta para este fenômeno, mas isso é questão de tempo, sabemos.

Mais importante é o espanto que esse comportamento gerou, pois, além de ser inesperado para essas dimensões, a observação tende a reformular aquilo que, de certa forma, já estávamos familiarizados, nos tirando de uma zona de conforto teórico e causando um certo furor com a indefinição dos estados. Talvez, por isso, seja mais fácil chamar esse modelo de quarto estado.

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