As abelhas são muito mais do que produtoras de mel, são agentes polinizadores responsáveis pela manutenção da biodiversidade do planeta. Esse equilíbrio dos ecossistemas vem sofrendo ameaças com o desaparecimento do inseto. No Brasil, segundo um levantamento da Agência Pública e Repórter Brasil, entre dezembro de 2018 a março de 2019, mais de 500 milhões de abelhas foram encontradas mortas por agricultores.

Só no Rio Grande do Sul foi registrada a perda de cinco mil colmeias, o que corresponde a 400 milhões de abelhas. Em Santa Catarina foram 50 milhões, no Mato Grosso do Sul mais de 45 milhões e em São Paulo 7 milhões. Os números são alarmantes e estão ligados ao efeito dos agrotóxicos sobre as abelhas.

Para Fábio Machado, professor de Biologia do Cursinho da Poli, o uso dos agroquímicos pode ser fatal para o inseto. “Elas precisam de alimentos e nutrientes para a sua sobrevivência, para a manutenção e aumento de suas colmeias. Quando saem em busca de néctar, pólen e visitam áreas que foram pulverizadas por agrotóxicos, elas acabam morrendo”, explica.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), 70% das culturas de alimentos dependem das abelhas. No Brasil, as plantações de maracujá, melancia, acerola e melão dependem 100% da polinização. Já maçã, pêra, ameixa, pêssego, abacate, goiaba, girassol e tomate dependem de 40% a 90%. No caso do café, algodão e soja varia de 10% a 40%.

Caso a morte das abelhas continue de modo exponencial, o professor alerta para a falta de alimentos na mesa dos brasileiros. “Elas são ótimos agentes polinizadores e com isso já percebemos uma importância direta na produção de alimentos. Se continuar nesse ritmo, nós teremos a falta de muitas coisas em nossas mesas. A diversidade de nutrientes e a variedade de recursos alimentares ficarão escassas”, finaliza.

Assessoria de Imprensa

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