As mulheres são maioria entre os ingressantes no ensino superior, segundo dados do Ministério da Educação de 2016. Elas também integram a maior parte dos formandos nas universidades do Brasil, mas ainda ganham menos do que os homens, em média.
No mês que marca a celebração do Dia Internacional da Mulher, o Cursinho da Poli quer contar a história de duas que venceram a barreira do vestibular e ingressaram na universidade.
Beatriz Maia iniciou os estudos para o vestibular em 2013, logo após se formar no ensino médio. Moradora do bairro de Itaquera, a estudante teve que começar a trabalhar alguns meses depois para ajudar a família com as contas de casa. Beatriz queria cursar medicina, mas acabou optando pela carreira em enfermagem, pois não teria disponibilidade para uma graduação em período integral.
“Eu sempre senti que o que eu queria mesmo era ajudar as pessoas, cuidar delas. E aí, em 2015, eu prestei o Enem e consegui algumas aprovações. Eu nunca tive uma segunda opção. O Cursinho da Poli também me ajudou nisso, como aluna, principalmente a me encontrar. Eu consegui passar em enfermagem na Universidade Federal do Piauí, só que na época não tinha realmente condições de ir”, lembra.
Atualmente, Beatriz trabalha na unidade Tatuapé do Cursinho da Poli e cursa o terceiro ano de enfermagem na Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). Ela conseguiu uma bolsa integral na universidade com os resultados do Enem 2015, e foi a primeira colocada na seleção do Prouni para a Unicsul.
Beatriz Aires, da Lapa, ingressa na Unicamp em 2018
Em 2018, mais uma colaboradora do Cursinho da Poli entrou para o ensino superior. Beatriz Aires prestou vestibular em 2016, mas ainda não estava decidida sobre a escolha do curso. Em 2017, ela começou a trabalhar na recepção da Unidade Lapa.
“Foi uma oportunidade incrível ter conseguido o emprego aqui. Eu consegui conciliar os estudos, ficar firme na direção do meu sonho e, ainda assim, trabalhar. Pois já estava sem dinheiro para poder manter meu cursinho”, conta.
Beatriz foi aprovada em quatro universidades públicas nos vestibulares de 2018, e escolheu cursar Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A quantidade de homens nas carreiras relacionadas à ciência ainda é predominantemente maior que a de mulheres. Ainda que, em 2015, 60% dos concluintes do ensino superior fossem do sexo feminino, entre os formandos em cursos como farmácia, biologia, medicina e engenharias, o número cai para 41%.