Neste domingo (16), os participantes respondem 45 questões de matemática e outras 45 de ciências da natureza (biologia, física e química).

O segundo dia do Enem 2025 (com 45 questões de Matemática e 45 de Ciências da Natureza) manteve o padrão observado na primeira etapa: uma prova equilibrada, com linguagem mais objetiva, mas que exigiu atenção na leitura de comandos e gráficos.

Segundo professores ouvidos pelo g1, o exame combinou temas recorrentes, contextualização com situações do cotidiano e alguns itens considerados mais exigentes, especialmente em Matemática e Física. Em Ciências da Natureza, ecologia e meio ambiente foram os eixos mais presentes.

Entre os temas e assuntos destaques da prova estão:

  1. Espécie de lagarto do deserto dos EUA que produz um hormônio capaz de regular a glicose e que foi essencial na criação do Ozempic;
  2. Mudanças climáticas, sobre remoção do CO2 da atmosfera;
  3. Produção de vacinas (do isolamento do vírus à sua inativação pelo calor);
  4. Recordes de Usain Bolt nas pistas;
  5. Descarte de hormônios no solo;
  6. Tirinha da Turma da Mônica para abordar vibração sonora e taças que se quebram;
  7. Noção básica de R3;
  8. Economia de água com garrafas PET dentro da caixa do vaso sanitário;
  9. Fototerapia em bebês com icterícia explicada em detalhe;
  10. Glândula que impermeabiliza penas de aves;

Matemática: comandos longos, equilíbrio e novidades como poliédros e gamificação

De acordo com Monique Covi, professora do Cursinho da Poli, a prova apresentou nível médio, mas com “muitos enunciados longos e cansativos”, mesmo quando as questões eram de execução simples. Cerca de 30 itens traziam tabelas, gráficos e figuras, o que ajudou a equilibrar o ritmo da prova.

Entre os temas cobrados estiveram:

  • estatística, probabilidade e porcentagem;
  • equações do 1º grau e funções;
  • análise de gráficos;
  • razão e proporção;
  • poliedros, incluindo menções a Johnson e Arquimedes — algo incomum no Enem;
  • gamificação, com itens baseados em jogos digitais e situações de programação;
  • uma questão envolvendo R3, novidade na prova segundo professores;
  • um item citando Usain Bolt para trabalhar velocidade média;
  • duas questões sobre o uso de GNV e comparação de rendimentos;
  • uma situação sobre economia de água em vasos sanitários com garrafas PET.

Houve ainda uma questão baseada em dados publicados pela revista Galileu, sobre uso de redes sociais por mulheres em 2015.

Para parte dos estudantes, os itens considerados mais difíceis envolveram trigonometria, geometria analítica, logaritmos e probabilidade.

“A questão de logaritmo era uma questão de substituição de dados, de análise de dados. Era uma questão de fácil execução, porém os alunos ficam um pouco impressionados quando veem essa questão”, avaliou Monique Covi.

Para Wagner Araújo, coordenador de matemática do Elite Rede de Ensino, uma novidade para o Enem desse ano foi a noção básica de R3. “Comumente não é cobrado no Enem”, comentou.

Para Daniel Ferretto, professor de Matemática da Plataforma Professor Ferretto, a prova apresentou uma quantidade menor de questões de geometria plana em comparação aos anos anteriores, quando esse conteúdo costuma ter presença mais robusta.

“Em compensação, houve quatro questões de geometria espacial e três itens de estatística envolvendo conceitos como moda, média e mediana. Também chamou atenção a baixa exploração de sequências: apenas uma questão do tipo PA/PG foi incluída, e ainda assim com nível de dificuldade reduzido”, disse Ferreto.

  • um item de eixos tridimensionais semelhante ao da prova anterior.

A prova também trouxe contextualizações marcantes, como:

  • uma tirinha da Turma da Mônica para identificar um fenômeno físico;
  • uso de disjuntores e réguas elétricas para discutir limites de carga;
  • uma questão extensa sobre fototerapia em bebês com icterícia.

Alguns professores apontaram dois itens de leitura mais confusa — um sobre força de atrito e outro ligado à fototerapia — mas disseram que o padrão geral foi claro e objetivo.

“A prova foi no nível que está vindo o Enem nos últimos anos. Ela foi de média para difícil. Tivemos questões que exigiam bastante interpretação e raciocínio lógico para desenvolver ou para achar o método de solução mais rápido”, afirmou Caio Britto Professor e autor de Física do Colégio e Sistema pH.

Biologia: ecologia domina e prova traz itens conteudistas

A prova de Biologia foi considerada de nível médio e “dentro do padrão”, segundo Gabriella Leal (Colégio e Sistema pH). Ecologia foi o eixo central, com questões sobre:

  • comparação entre deserto e caatinga;
  • características do cerrado;
  • poluição e ciclos biogeoquímicos;
  • eutrofização e mitigação do efeito estufa;
  • impactos ambientais relacionados a hormônios e resíduos.

A prova também trouxe:

  • três questões de zoologia;
  • uma questão de biotecnologia;
  • itens conteudistas, como a glândula que impermeabiliza penas de aves;
  • itens de saúde pública: esquistossomose, vitamina A, intoxicação alimentar;
  • uma questão de digestão do colesterol, que exigia distinguir lisossomos de retículo endoplasmático.

Uma questão citava um lagarto do deserto dos EUA, famoso por produzir um hormônio que inspirou medicamentos modernos. O item, porém, não cobrava Ozempic — pedia que o estudante identificasse o bioma brasileiro onde ocorre uma espécie com característica semelhante.

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Para alguns professores, como Rafael Cafezeiro (Plataforma AZ), a prova foi mais fácil que 2024, com grande peso na interpretação direta dos textos.

“Foi mais fácil do que 2024. Dentro do esperado em relação aos assuntos, com bastante ecologia, impacto ambiental e transgenia, bem tranquila. Poucas questões desafiadoras. Eu fiquei um pouco surpreso porque teve muita interpretação de texto, em que o aluno só lia o texto e marcava a opção correta, sem conhecer nada de muita profundidade em biologia”, afirmou Cafezeiro.

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Cursinho Poli

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