Há 96 anos, iniciava a emblemática Semana de Arte Moderna de 1922, de 11 a 18 de fevereiro daquele ano. Realizado no Teatro Municipal de São Paulo, o movimento foi responsável pela consolidação do Modernismo Brasileiro e teve como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa.
Foram realizadas conferências e palestras sobre diferentes temas relacionados às formas de expressão artística no Brasil e no mundo, com enfoque em pintura, escultura, literatura, poesia e música.
A artista Anita Malfatti, em 1917, teve contato com as novas vanguardas artísticas em viagens feitas ao exterior. Suas novas propostas de expressão artística – sem deixar de valorizar as características nacionais – foram precursoras da Semana de 22.
Inúmeros artistas de peso participaram, dentre os quais estão: a própria Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Vítor Brecheret, Heitor Villa-Lobos, Menotti del Pichia, Guilherme de Almeida e Sérgio Milliet.
Muitos movimentos artísticos que vieram anos depois, na segunda metade do século XX, podem ser considerados desdobramentos das ideias estéticas apresentadas originalmente na Semana de 22. Podemos citar exemplos em várias áreas: no cinema, os filmes do diretor Glauber Rocha; na música, o movimento do Tropicalismo; e no teatro, a chamada geração do Teatro Lira Paulistana, em São Paulo, batizado em homenagem ao livro homônimo de Mário de Andrade.
Apesar de sua relevância, a Semana de 22 passou a ser valorizada muito tempo depois. Por incrível que pareça, quando ela aconteceu, a reação da maioria do público foi hostil. Não aconteceu plenamente a aceitação do novo, mesmo da parte de importantes artistas e escritores. Monteiro Lobato foi um de seus críticos mais severos. Com o tempo é que o movimento passou a ser considerado o ponto de partida do modernismo no Brasil, um movimento artístico que pregava a liberdade de expressão e de estilo e a autonomia dos artistas, com a valorização da identidade brasileira em toda a sua variedade.