Passar em uma universidade publica não é fácil, mas milhares de estudantes conseguem o êxito todos os anos. Essa nova fase da vida educacional é determinante para a construção da carreira profissional dos novos universitários. O inicio do semestre, em um ambiente diferente do ensino médio, desperta sentimentos de entusiasmo, ansiedade, medo e insegurança.
Gabriela Ferreira (17) entrou no curso de engenharia na UFABC (Universidade Federal do ABC) e está contando os dias para o inicio das aulas. “Estou bem ansiosa, na verdade é uma mistura de sensações. Quero começar logo, conhecer tudo e todos. Vou me dedicar e estudar muito, afinal é o meu futuro”, comenta.
A jovem também revela que, mesmo com o entusiasmo, existe um sentimento de insegurança quando pensa na nova jornada. “Às vezes sinto medo das matérias, da rotina, de não ter um bom desempenho no curso, mas prefiro não pensar muito nisso e acreditar que vai dar tudo certo”, desabafa Gabriela.
Já Maria Luísa Bassan (18), que ingressou no curso de Jornalismo na USP (Universidade de São Paulo), participar da tradicional semana de recepção da instituição não foi dos momentos mais agradáveis. “Foi um período de interação, não conhecia ninguém, tive que participar de tudo, muita pressão, fiquei insegura. Às vezes penso se realmente fiz a escolha certa, mas estou indo no meu ritmo, tentando aproveitar ao máximo”.
O professor Gilberto Alvarez, diretor executivo do Cursinho da Poli, explica que essas insatisfações são comuns, já que a rotina de uma universidade pública é diferente do ensino médio e pode gerar estranheza. “A cobrança do ensino médio não existe na universidade, os professores os vêem como pessoas responsáveis por suas formações. Mistura de ansiedade e medo se dela pelo momento de transição, mas com a convivência as coisas se ajeitam”.
A mistura de sentimentos, em alguns casos, pode fazer com que o jovem abandone a universidade ou mude de curso. É o que revelam os dados divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), com base no Censo de Educação Superior, onde no Brasil 56% dos estudantes desistem da vida acadêmica ou decidem cursar algo diferente.
Diante dos dados, Gilberto também destaca a falta de pré-requisitos e orientação da parte dos estudantes. “Enfrentar uma rotina diferente, déficit de conhecimento e falta de orientação vocacional influenciam neste fator. Esperam que a universidade já uma coisa e é outra. Alguns pensam em desistir, outros seguem em frente, mas acabam atuando em áreas diferentes”, finaliza Gilberto.
Assessoria de Imprensa