O Dia Internacional da Igualdade feminina foi criado para celebrar muitas conquistas das mulheres na sociedade civil ao longo dos anos. A data foi instituída em alusão à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento que foi elaborado durante a Revolução Francesa, em 26 de agosto de 1789, o qual iria refletir, a partir de sua divulgação, um ideal de âmbito universal, ou seja, o de liberdade, igualdade e fraternidade humanas, acima de quaisquer interesses particulares.
A partir desse período, a resistência das mulheres à dominação sexista foi favorecida. Acentuou-se cada vez mais a luta pela igualdade entre os sexos – apesar de que o êxito das mulheres na vida pública foi se consolidando aos poucos: somente no século XX foi permitido o direito ao voto, o acesso à educação formal e a melhores condições de trabalho. Antes disso, as mulheres na sociedade eram condicionadas a viver em dedicação ao casamento e à maternidade.
No Brasil, as conquistas das mulheres, especialmente no mercado de trabalho, foram marcantes. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre a década de 1940 e 1990, o número de mulheres com emprego passou de 2,8 milhões para 22,8 milhões. Assim, em 1940, a população ativa feminina passou de 19% para 35% e estava concentrada no setor primário da economia.
No entanto, as coisas ainda não são equilibradas em relação aos homens mesmo nos dias de hoje: segundo pesquisa da Catho desse ano, empresas pagam menos para mulheres em todas as funções trabalhistas. Para cargos operacionais, a diferença entre os salários chega a 58%, e para especialista graduado é de 51,4%.
Outro aspecto importante a se pensar é a constante violência perpetrada contra a mulher, que alcança índices alarmantes: de acordo com pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança, uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência no último ano. Só de agressões físicas, 503 brasileiras são vítimas a cada hora.
Esses dados comprovam que ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Mais do que uma celebração às conquistas, a data é importante para refletir sobre o que ainda deve ser transformado para uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres.