por Elias Feitosa de Amorim Junior*
A partir de 1942, os exércitos do Eixo começaram a ser contra-atacados firmemente na União Soviética, na África e no Pacífico. A derrota alemã, em fevereiro de 1943, na batalha de Stalingrado, marcou o fim da expansão alemã em território soviético, pois neste momento iniciou-se a expulsão dos alemães do território soviético.
Ao mesmo tempo, ocorria a derrota germânica no norte da África pelas forças anglo-americanas, na batalha de El-Alamein (culminando com a conquista da Líbia e Tunísia), e no Oceano Pacífico as forças norte-americanas começaram a retomar territórios invadidos pelos japoneses, derrotando-os nas batalhas de Midway, Mar de Coral, Guadanacal e Ywo Jima.
O controle do norte da África pelos Aliados favoreceu a preparação do ataque à Itália, ocorrido em setembro de 1943 com a invasão da Sicília, fato que gerou a deposição de Mussolini e a formação de um governo a favor dos Aliados, causando a invasão da Itália pelos alemães. A abertura de uma frente de ataque no sul da Europa marcou o início da queda dos alemães na Europa Ocidental, a qual seria ampliada com a “Operação Overlord”, em 6 de junho de 1944, conhecido como “Dia D”. Isto é, a abertura de outra frente de ataque aliado (tropas inglesas, francesas e norte-americanas) cujo objetivo seria atingir a costa da Normandia no norte da França e a libertação de Paris em 25 de agosto de 1944.
Foi no ano de 1944 que se iniciou o processo de libertação do Leste europeu (Romênia, Bulgária, Tchecoslováquia e Hungria) pelo exército soviético. No oceano Pacífico, as tropas americanas haviam recuperado o controle sobre as ilhas Carolinas, Marshall, Marianas e Filipinas, chegando a invadir a ilha de Okinawa. Assim, deu-se o início dos bombardeios sobre o Japão, já entre os meses de abril e junho de 1945.
Já no início de 1945, a guerra indicava a vitória dos Aliados devido ao cerco das tropas alemãs em seu próprio território, graças à ação conjunta das frentes ocidental e oriental. Os soviéticos foram os primeiros a entrar em Berlim, tomando a cidade e encontrando Hitler e a cúpula nazista morta no quartel general do Führer após suicídio em 29 ou 30 de abril. O remanescente do Alto Comando Alemão se rendeu, terminando com a guerra na Europa em 8 de maio de 1945.
A comemoração deveria ter sido no dia 9 de maio, porém, a notícia do fim da guerra circulou muito mais rápido que o esperado. Mesmo com apenas rádio e jornal impresso, os jornalistas do Ocidente conseguiram espalhar a notícia, fazendo com que milhões já celebrassem – como mostram algumas fotos da concentração em Londres na frente ao Palácio de Buckingham, contando com a Família Real e Winston Churchill, ou na Avenue Champs Élisée em Paris, entre outros lugares.
A URSS manteve a comemoração no dia 9 de maio e na atual Rússia ainda hoje é a data celebrada com uma grande parada militar na Praça Vermelha em Moscou. Nos EUA, apesar do dia 8 ser o aniversário do presidente Truman, as homenagens foram dedicadas ao presidente Franklin Roosevelt, falecido em 12 de abril de 1945.
A guerra, no entanto, ainda acontecia no Pacífico por causa da resistência japonesa, principalmente com a ação dos camicases (expressão que significa “vento divino”, em japonês, e foi usada pelos pilotos que faziam ataques aéreos suicidas contra o exército dos EUA) contra a frota norte-americana.
A partir de uma decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos Harry Truman, foram feitos dois ataques às cidades de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente em 6 e 9 de agosto de 1945, com uma nova e aterrorizante arma: a bomba atômica. Ambas as cidades foram quase que totalmente arrasadas, contabilizando mais de 240 mil mortos imediatos e milhares de feridos, além de pessoas contaminadas com a radiação por várias gerações.
Em 2 de setembro de 1945, o Estado-Maior japonês capitulava definitivamente a bordo do porta-aviões norte-americano Missouri, encerrando a II Guerra Mundial com um saldo aproximado de 50 milhões de mortos.
A União Europeia transformou o dia 9 de maio no “Dia da Europa”. Observado todo ano nessa data, ele marca a apresentação da Declaração de Schuman, em 1950, que propunha a criação de uma Comunidade do Carvão e do Aço Europeia, precursora da atual União Europeia.
*professor de história, filosofia e sociologia do Cursinho da Poli