O Dia Mundial de Combate à Desertificação é comemorado nesta segunda-feira (17/6). Segundo o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o mundo perde 24 bilhões de toneladas de solo fértil todos os anos. É um dado alarmante. Para entendermos um pouco do processo de desertificação do solo, conversamos com Fábio José Machado, professor de biologia do Cursinho da Poli.
O professor explica que esse processo acontece quando se esgota drasticamente os recursos de um determinado local. “A desertificação ocorre pelo mau uso do solo, das águas, pelo aumento dos desmatamentos, entre outros motivos. Levamos em consideração também as condições climáticas locais, os tipos de solo da região, os índices de chuva e muitos outros fatores, ambientais e antrópicos para determinar a desertificação”, explica.
De acordo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), no Brasil, do total de 982.563 km2 da área do semiárido, cerca de 600 mil km2 já foram gravemente atingidos, englobando oito estados da região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. Nos últimos 10 anos, o desmatamento da caatinga atingiu uma área equivalente ao tamanho de Portugal, a ponto de hoje estar com quase 50% do seu território afetado por processos de desertificação.
Para combater esse processo, Fábio destaca a necessidade de haver políticas públicas e ações conjuntas de muitos segmentos da sociedade que incentivem a conservação de áreas de preservação permanente, a construção de micro barragens para reter as águas das chuvas e outras medidas. “É preciso fazer o uso sustentável das águas dos ribeirões e represas para a irrigação, abastecimento e uso dos animais e pessoas. Focar na implantação de reflorestamentos em áreas de preservação das nascentes, implantação de agroflorestas em áreas estratégicas para a produção de águas e conservação dos recursos hídricos.”
Por ser uma temática importante, o professor aconselha os estudantes que estão se preparando para os vestibulares e ENEM que conheçam o assunto e debatam o tema. “Um bom estudante precisa ter noção do que é a desertificação, suas principais causas, em quais regiões ela está mais propensa a acontecer e propor ideias para a solução desse problema tão grave que aflige muita gente em nosso país”, finaliza.